O décor do seriado Mad Man

Gabriela Lobianco Gabriela Lobianco
Cobogó House, Studio MK27 Studio MK27 Rumah Modern
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A série americana Mad Man estreou em 2007 na rede de TV AMC contando a trajetória do protagonista Don Draper, um publicitário ambicioso, competitivo e estressado, que fez uma carreira de sucesso durante os anos 60. O nome título deriva do termo que os publicitários de Manhattan, em Nova Iorque, usavam para se auto designar. E, o seriado foi bem sucedido ao captar o estilo dos mais elegantes, seja no comportamento, no figurino ou na decoração, inspirados naquela década. 

Durante os sete anos de exibição, retratou temas pertinentes à época, como a ascensão feminina no mercado de trabalho, o racismo, o sexismo, a apologia às drogas, a contracultura, o movimento hippie e a modernidade. Todo esse roteiro e atmosfera são permeados pela tendência única do décor exclusivo seiscentista. 

Ganhou milhões de fãs no mundo, algumas dezenas de prêmios e terá a sua última temporada exibida a partir de abril de 2015. Com a iminência do final, trazemos esse livro de ideias para exemplificar como se inspirar nos temas desse ícone da televisão, fidedigno à realidade daquele período, para decorar a sua casa. 

Contextualização

homify Ruang Keluarga Modern

Criar e recriar o estilo ambientado no seriado é seguir os conceitos e referência dos anos a partir de 1960. Esse foi o início de uma década que tinha como premissa quebrar o hábito de vida americano envernizado e certinho dos anos 50. A sociedade antes regida por morais e bons costumes rígidos, sofreu uma invasão de ideais de liberdade e revolução artística. Início de vanguardas na arte em geral, como na música, a influência dos Beatles e o efeito Beatlemania. Ou na política, a luta pelo fim da guerra do Vietnã. No design, trouxe o estilo marcado pela contracultura, também contestando o decênio anterior. A Opt Art, por exemplo, embasada nos efeitos alucinógenos das drogas, trazia a sensação de movimento aos ambientes.  Além disso, cores vibrantes e objetos de fotografia e pintura são artigos necessários na decoração. 

Artistas

O quarto da foto toma como orientação para a sua concepção o trabalho do pintor estado-unidense da Pop Art, Roy Lichtenstein. Assim como Andy Warhol, a partir da sociedade capitalista crescente na época, usavam de colagens e histórias em quadrinhos para criar a sua arte. Ao criticar a cultura de massa, produziam os mesmos artigos em série, como os quadros de artistas famosos com cores vibrantes, simbolizados por Marilyn Monroe. O verde menta, cheio de energia, é também uma cor que combina com qualquer estação do ano, dando um clima retrô aos móveis. Esses tons inusitados, às vezes com paleta pastéis, eram muito usados em eletrodomésticos como fogões, geladeiras ou liquidificadores. 

Símbolos

A cadeira de Verner Panton tem o seu nome devido ao seu criador, o arquiteto dinamarquês que revolucionou o mobiliário de interiores. Sua criação famosa, ilustrada na foto ao redor da mesa, é feita de plástico, podendo ser encontrada em diversas cores. A peça tem um tom lúdico, com curvas e formas nunca antes concebidas. Trata-se de um item atemporal, criativo e moderno. Na mesma foto, está outro ícone do período, a Bubble Chair, feita de fibra de vidro e acrílico, do designer conterrâneo de Panton, Eero Aarnio. Dando um toque futurístico para o seu decor, seja na sala ou no quarto, a cadeira tem modelos de teto, no chão ou acoplados na parede.

Sacco

A poltrona Sacco, atualmente conhecida como pufe, foi idealizada por Cesare Paoloni e Franco Teodoro, com a ideia de sentar-se perto do chão,  cultivando o princípio hippie de simplicidade. Tratou-se do primeiro assento criado para se adaptar naturalmente ao corpo humano, por ser amorfa  e dinâmica. Símbolo de cultura jovem e da pop art, o sofá-pufe foi produzido em série, perdurando até os dias de hoje entre os itens indispensáveis de decoração. Versátil e confortável, pode ser encontrado em cores diversificadas, seja para compor ambientes internos ou externos. 

Nacional

As influências no Brasil foram especificamente de artistas locais como Di Cavalcanti. Difundiu-se ainda o cobogó, uma espécie de tijolo perfurado ou elemento vazado, feito de cimento, utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas. O calor da terra tropical colaborou para esse tipo de técnica, já que proporciona ventilação e iluminação nas casas. 

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