Casas com eficiência energética

Sílvia Cardoso – homify Sílvia Cardoso – homify
Meera House, Guz Architects Guz Architects Rumah Modern
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Muito cimento, poucos espaços verdes. Muito consumo, poucas fontes de energia sustentáveis. Muito conforto, pouco respeito pela natureza. Construir uma casa ecológica é uma acção responsável. Por ainda não ser uma opção generalizada, comporta elevados custos, mas as empresas oferecem pagamentos em parcelas que fazem valer a pena considerar. Para além disso, em que mundo queremos viver? Que Terra queremos deixar às futuras gerações? 

No artigo de hoje, deixamos-lhe seis passos a considerar aquando da construção da sua casa. Aliás, vai sempre a tempo de introduzir estes elementos que não só poupam o planeta devido ao baixo consumo de energia, como também lhe poupam a carteira. Ao investimento de agora, recolhê-lo-á, certamente, dentro de pouco tempo.

Leia com atenção e tire as suas conclusões. 

Materiais para a fachada

Antes de mais, convém determinar a orientação geográfica da casa. Em regiões onde o clima é frio, deve estar posicionada de forma a beneficiar ao máximo do calor e, ao mesmo tempo, proteger-se dos ventos frios. Em regiões quentes, a casa deve ser resguardada do sol e beneficiar da ventilação natural. A fachada é importante. É ela que recebe os impactos naturais e surge enquanto transição entre os contextos de interior e exterior. Na construção de uma casa sustentável, importa escolher materiais de impacto ambiental mínimo como materiais reciclados.

Deixemos-lhe, então, algumas ideias:

O uso de madeiras certificadas é muito defendido no que à construção de casas sustentáveis diz respeito. É uma matéria prima natural que pode ser reutilizada caso se desconstrua. A este conceito chamamos de Design for Disassembly (Design por Desmontagem), um processo de design que permite fácil acesso aos materiais ou partes de um edifício quando este é renovado ou demolido.

Os tijolos de lã, desenvolvidos por investigadores espanhóis e escoceses, têm um composto sustentável e não tóxico. São 37% mais fortes do que os outros tijolos e mais resistentes ao clima húmido e frio, para além de também secarem rápido. Existem, também, os tijolos de terra comprimida (BTC) mais conhecido como tijolo ecológico. Estes tijolos são compostos por solo, água e um pouco de cimento. 

O reboco projectado com incorporação de cortiça é, igualmente, um material sustentável, com certificação CE (Conformité Européenne). Entre várias vantagens, destaca-se a melhoria do desempenho térmico e acústico, a durabilidade, o elevado rendimento, o facto de ser reciclável e de incorporar matéria prima natural. A argamassa com cal hidráulica natural já existe há centenas de anos na construção. Hoje em dia, a cal hidráulica natural é aplicada na construção sustentável e na reabilitação de edifícios antigos. Considere, também, a utilização de kenobi, uma madeira tropical com impregnação de um produto biodegradável.

Por fim, mas não menos importante, convém saber que o vidro origina grandes ganhos térmicos durante o Verão. No Inverno, é precisamente o oposto e a casa arrefece rapidamente. Por esse motivo, a zona envidraçada de uma divisão não deve ultrapassar 15% da área de pavimento dessa mesma divisão.

Janelas

As janelas são um grande factor para perda térmica numa casa. Sabia? Assim sendo, prefira caixilharia em vinil em vez de alumínio. O vinil é mais resistente à transferência de calor. Para além disso, adquira vidros duplos ou triplos. Se não tiver meios financeiros para os instalar em torno de toda a casa, escolha as divisões onde é impreterível impedir a perda de calor como é o caso dos quartos. Confira, ainda, se as janelas dispõem de protecção exterior, como uma portada, persiana, pala ou vegetação. O sombreamento no exterior evita que o sol incida nas janelas ao longo do Verão, sobretudo se viradas a Sul e a Poente. Já as janelas viradas a Norte devem ser pequenas. Por fim, verifique se há uma boa entrada de luz natural que potencie o aquecimento natural sem recurso a energia eléctrica.

Isolamento térmico

O isolamento térmico é um dos mais importantes aspectos na construção de uma casa sustentável. Um bom isolamento diminui excessivas trocas térmicas entre interior e exterior, impedindo perdas de calor nos dias frios e sobreaquecimento nas estações quentes. O material de isolamento deverá ter um baixo índice de condutibilidade térmica e baixa energia incorporada.

O aglomerado de cortiça é uma matéria prima completamente natural e renovável. É extraída do sobreiro, uma árvore que subsiste sem recurso a herbicidas químicos, fertilizantes ou irrigação. É um bom – e duradouro – isolante acústico e térmico.

Na construção, a lã de rocha é, também, commumente utilizada. O seu fabrico implica gasto de energia e gera emissões de CO₂. No entanto, quando bem utilizado, e no que ao isolamento térmico concerne, economiza muita energia, superando este impacto negativo. O mesmo acontece com a lã de vidro.

A espuma de poliuretano é, igualmente, um bom isolante térmico. O seu fabrico não comporta riscos para a saúde ou para o ambiente e consome pouca energia. Para além disso, é produzida sem utilizar gases CPC e HCFC que destroem a camada de ozono.

Se optar por poliestireno extrudido, escolha uma marca que produza este material sem gases, indo de encontro às directivas europeias.

Tenha em conta o seu orçamento e, claro, peça ajuda a um profissional.

Energias renováveis

Os combustíveis fósseis têm um impacto nefasto no ambiente e urge que a sua substituição seja generalizada. O assunto “energias renováveis” está nas páginas do dia. É fulcral que comecemos a adoptá-las para equilibrar a nossa pegada ecológica e tornar a nossa casa sustentável, em todas as suas fases, desde a construção à utilização.

Comece por adaptar o edifícios ao contexto local. O sol é uma das principais fontes de energia térmica e de iluminação. Por conseguinte, aquando da construção da sua casa, tome este aspecto em consideração e aproveite os benefícios da energia solar que redundam num menor consumo energético.

Criar uma eco-casa pode apresentar um valor elevado a curto prazo mas, em pouco tempo, recuperará o seu investimento e a longo prazo é muito mais rentável para si. E para o planeta também. Assim, mesmo que não disponha de orçamento para tal no presente, lembre-se que pode adquirir um crédito ou pagar em parcelas.

Há várias possibilidades a ter em conta. Deixamos-lhe algumas sugestões: obtenha água quente solar ou por bomba de calor, instale painéis solares, opte por vidros duplos, coloque termóstatos programáveis que criam, automaticamente, uma temperatura ideal em casa, use reservatórios de água para reutilizar a água das chuvas, isole as paredes, use pisos de massa térmica e filtros de água para poupar na água engarrafada. Estas são apenas algumas ideias. Aconselhe-se junto a empresas e a profissionais e adapte o seu orçamento às mais importantes técnicas de poupar energia.

Bomba de calor

Na hora do banho despende-se muita energia. Uma boa solução para atenuar esse gasto é a instalação de uma bomba de calor que corta pela metade o custo de um chuveiro eléctrico. O investimento inicial numa bomba de calor – ou bomba térmica – é avultado, mas recuperado a longo prazo visto que consome quatro vezes menos energia.

A bomba de calor retira o calor do ambiente e passa-o para a água, aquecendo-a. É controlada digitalmente pelo que pode definir parâmetros de temperatura conforme as suas necessidades. Para além disso, dispensa o uso de caldeiras, chaminés e tanques de combustíveis e não produz gases nefastos como o óleo, carvão ou gás natural.

Telhados

Na homify, temos vindo a reparar que cada vez são mais as casas cobertas por bonitos telhados verdes. Uma das principais vantagens é o isolamento. A vegetação reduz os ruídos e tempera o ambiente. Assim, poupa energia e dinheiro que gastaria em sistemas de aquecimento central ou ar condicionado. Por estar coberto por vegetação, o telhado verde absorve a água da chuva pelo que reduz a necessidade de sistemas de esgoto e escoamento de água. Os edifícios com telhados verdes têm grande valor de mercado e, acima de tudo, contribuem para uma sociedade melhor, com um ar mais respirável e paisagem mais verde.

No entanto, não se esqueça que a manutenção deve ser frequente sob pena de aparecerem pragas. Tem que ser instalado por mão de obra especializada uma vez que há várias características a ter em conta como a escolha das plantas adequadas, o contexto, entre outras coisas, que só um especialista pode confirmar.

Pode, também, instalar um telhado inteligente, capaz de ler um termómetro e adequar as suas propriedades conforme a temperatura.

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